O Projeto Geoparque Cariri Paraibano é um projeto em fase de implementação. Sua proposta está sendo construída como uma parceria entre a Universidade Federal da Paraíba (Campus IV – Litoral Norte), Serviço Geológico do Brasil – CPRM, Organizações Sociais e a comunidade local dos municípios que deve fazem parte, e que são: Cabaceiras, Boqueirão, São João do Cariri e Boa Vista.
A área do geoparque será de aproximadamente 1.980 km2, correspondendo ao somatório dos territórios dos 04 municípios anteriormente citados. Neste território já foram identificados mais de 15 geossítios, havendo possibilidade de franca expansão destes.
A litologia básica da área é composta por rochas magmáticas (granitos e ocorrências localizadas de basaltos) e metamórficas (gnaisses, filitos, xistos e migmatitos). A região é possuidora de notável beleza cênica derivada da presença de batólitos, inselbergs e diques associados ao magmatismo ocorrido no Neoproterozóico. Destaca-se ainda a Bacia Sedimentar de Boa Vista – BBV, onde ocorrem pillow lavas, depósitos sedimentares bentoníticos.
Interessante também é destacar o grande potencial paleontológico e arqueológico existente na região. Em quase todos os municípios da região pode-se identificar sítios arqueológicos constituídos principalmente de artes rupestres na forma de gravuras (itacoatiaras) e de pinturas em rochas e, em pelo menos 06 municípios já foram relatadas descobertas de registros fósseis de animais da megafauna (LIMA E MENESES, 2012), além de depósitos fossilíferos de restos vegetais na BBV, onde predominam espécies das famílias Fabaceae, Lauraceae, Annonaceae, Burseraceae, Anacardiaceae, Myrtaceae e Malvaceae (PANIZ, 2015).
A atuação dos agentes intempéricos (químicos, físicos e biológicos) sobre as rochas da região, ao longo do tempo geológico, produziram feições que se destacam na paisagem, tais como diques em forma de muralhas (como a Muralha do Meio do Mundo no município de São João do Cariri) e os boulders ou mares de bolas (Lajedo do Pai Mateus em Cabaceiras, por exemplo), pela denudação ou pelo esculpimento das rochas, respectivamente (MENESES E NASCIMENTO, 2014b).
A região onde se insere o PGCP apresenta, portanto, uma paisagem de excepcional beleza, em grande parte relacionada ao seu patrimônio geomorfológico, que já se consolidou como atrativo turístico de expressividade nacional e até internacional. O local possui atrações de importância para a prática do (geo)turismo, representando exemplo de sucesso em projetos de conservação ambiental e interiorização turística.
A UFPB tem sido uma instituição parceira no fomento da proposta, colaborando com projetos de extensão e ensino para divulgar o projeto e promover a educação ambiental, além de projetos de pesquisa visando o inventário dos geossítios, a identificação do potencial natural/cultural da região e estudos de conservação do geopatrimônio.